A aposta de abril está prestes a se transformar em um investimento de R$ 22 milhões. O Grêmio já se prepara para acionar a cláusula de compra obrigatória e contratar em definitivo o lateral-esquerdo Marlon, que pertence ao Cruzeiro. Titular absoluto desde que chegou à Arena, o jogador está a poucas partidas de atingir a meta contratual que sela sua permanência em Porto Alegre.
O movimento, já dado como certo nos bastidores do clube, é a consequência direta do excelente desempenho do atleta, que chegou por empréstimo e, na bola, “forçou” a diretoria a abrir o cofre para garantir sua permanência.
O negócio foi estruturado de forma inteligente. O contrato de empréstimo de Marlon prevê a obrigação de compra por um valor fixo de €3,5 milhões assim que ele atingir um determinado percentual de jogos disputados na temporada.
Esse modelo, cada vez mais comum, permite ao clube “testar” o jogador antes de fazer um grande investimento. Se ele não render, volta ao clube de origem. Se render, a compra é garantida por um preço já combinado, sem leilão.
Grêmio: Horóscopo Futebol com empate e previsão contra o Vitória domingo
E Marlon rendeu. E muito. Desde que vestiu a camisa tricolor, ele se tornou uma das peças mais regulares e confiáveis do time de Mano Menezes, trazendo estabilidade a um setor que era considerado carente no elenco. Com atuações seguras na defesa e bom apoio no ataque, ele não deu brechas para a concorrência e se tornou titular absoluto.
Veja: Cruzeiro quer R$ 6 milhões para vender ao Santos o ‘Terror do Atlético’
É por isso que a “conta” de R$ 22 milhões, que agora se aproxima, será paga com a certeza de que o investimento vale a pena. O Grêmio não está apenas cumprindo uma obrigação; está garantindo a permanência de um de seus principais jogadores.
Para o Cruzeiro, a operação também foi um sucesso. O clube monetiza um ativo que não era prioridade no elenco de Leonardo Jardim e ainda economizou cerca de R$ 5 milhões em salários durante o período de empréstimo, já que o Grêmio assumiu integralmente os vencimentos do atleta. É um negócio que gera uma importante receita para o caixa celeste.
O caso Marlon é o exemplo perfeito de um negócio bem desenhado para todas as partes. O Cruzeiro maximiza o retorno de um ativo. O jogador ganha uma nova casa onde é protagonista. E o Grêmio resolve uma carência técnica com um risco calculado.
Pagar R$ 22 milhões por um lateral titular, testado e aprovado em seu próprio sistema, é um preço justo no inflacionado mercado brasileiro. É uma operação que mostra a maturidade e o planejamento da diretoria gremista.