O nome Álvaro Damião já era conhecido nos lares mineiros muito antes de ele entrar na política. Ex-repórter esportivo com passagem por emissoras como Rádio Itatiaia e TV Alterosa, o novo prefeito de Belo Horizonte, que assumiu o cargo após a morte de Fuad Noman (PSD) nesta quarta-feira (26/3), construiu uma carreira marcada pela comunicação direta com o público. Agora, ele enfrenta o desafio de traduzir essa habilidade em gestão, em um momento de luto e incertezas na capital mineira.
Nascido em Belo Horizonte, Damião, de 54 anos, começou como repórter na década de 1990, destacando-se na cobertura de eventos esportivos globais: foram cinco Copas do Mundo, duas Olimpíadas, três Pan-Americanos e três Copas América. Sua voz tornou-se familiar aos ouvintes, assim como sua capacidade de narrar momentos históricos, como a conquista do Atlético-MG na Libertadores de 2013.
Em 2016, Álvaro Damião deu o primeiro passo na política, elegendo-se vereador pela primeira vez com uma campanha focada em transparência e modernização da gestão pública. Reeleito em 2020 com 12.742 votos (o 5º mais votado), destacou-se como crítico de projetos de mobilidade urbana defasados e defensor de investimentos em segurança.
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Em 2022, tentou a eleição para deputado federal, ficando como suplente. No entanto, uma disputa judicial envolvendo a então deputada Nely Aquino quase o deu a cadeira de deputado federal, mas não obteve sucesso.
Em 2024, Damião aceitou ser vice na chapa de Fuad Noman (PSD), em uma aliança que uniu seu partido, o União Brasil, a outras siglas.
Como vice, manteve discurso técnico, focando em melhorias na iluminação pública e no saneamento básico, mas sua atuação foi ofuscada pela saúde frágil de Fuad. Desde janeiro, como prefeito em exercício, enfrentou cobranças por falta de transparência sobre o estado do titular.
Analistas veem na experiência midiática de Damião uma vantagem. “Ele sabe se comunicar e tem credibilidade. Pode usar isso para reconectar a população à Prefeitura”, diz uma fonte.
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