A compra de um imóvel é um dos maiores sonhos dos brasileiros, mas a aprovação do financiamento muitas vezes esbarra na comprovação de renda. Pensando nisso, o governo lançou uma nova modalidade que promete facilitar esse processo: o FGTS Futuro. Mas como funciona essa “mágica” de usar um dinheiro que você ainda nem recebeu?
A lógica é simples. Ao solicitar um financiamento habitacional pelo programa Minha Casa, Minha Vida, o trabalhador pode autorizar a Caixa Econômica Federal a consultar e “comprometer” os depósitos que sua empresa ainda fará em sua conta do FGTS nos meses e anos seguintes.
Esse valor futuro é somado à sua renda mensal atual, aumentando sua capacidade de pagamento e, consequentemente, o valor do imóvel que você pode financiar.
Exemplo prático: Se sua renda é de R$ 2.000 e a parcela máxima que você pode pagar é de R$ 600, mas o imóvel desejado exige uma parcela de R$ 750, você seria reprovado. Com o FGTS Futuro, os futuros depósitos mensais de 8% do seu salário (neste caso, R$ 160) podem ser usados para complementar a parcela, tornando a compra viável.
Pontos de atenção:
- Apenas para o Minha Casa, Minha Vida: Por enquanto, a modalidade está restrita a famílias com renda de até R$ 2.640.
- E se for demitido? Este é o maior risco. Caso perca o emprego, o valor que estava sendo debitado do seu FGTS passará a ser cobrado diretamente de você, somando-se à parcela principal. O não pagamento por mais de 6 meses pode levar à perda do imóvel.
- Sem saque-aniversário: Ao optar pelo FGTS Futuro, o trabalhador não poderá aderir ao saque-aniversário até quitar essa dívida.
O FGTS Futuro é uma ferramenta de inclusão importante, mas que exige planejamento e consciência dos riscos. É um passo ousado em direção à casa própria, que deve ser dado com os pés no chão.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.