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Depois de um período de alívio com chuvas acima da média, um velho conhecido volta a assombrar Minas Gerais: o fenômeno La Niña. Caracterizado pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico Equatorial, ele provoca uma mudança drástica no padrão de chuvas, e para o Sudeste do Brasil, o prognóstico é de um período mais seco e com menos precipitações. O alerta está ligado e as consequências podem ser sentidas no nível das represas e, diretamente, no bolso do consumidor.
As represas de Furnas e Três Marias, vitais para o abastecimento de água e para a geração de energia hidrelétrica no estado, viram seu nível se recuperar nos últimos meses graças ao El Niño. Agora, o cenário se inverte. “O La Niña tende a diminuir a vazão dos rios que alimentam nossos principais reservatórios. Historicamente, anos sob a influência do fenômeno resultaram em crises hídricas severas no estado”, alerta um climatologista do serviço de meteorologia.
A principal consequência da queda no nível das represas é a necessidade de acionar usinas termelétricas, que produzem energia a um custo muito mais elevado, pois utilizam combustíveis fósseis. Esse custo extra é repassado ao consumidor final através das bandeiras tarifárias na conta de luz, que podem sair do verde para o amarelo ou vermelho, encarecendo a fatura mensal.
O que fazer? A situação exige uma ação conjunta e imediata. A responsabilidade é compartilhada entre poder público, indústria e cidadãos. Pequenas mudanças de hábito podem gerar um grande impacto coletivo. Reduzir o tempo no banho, consertar vazamentos, reutilizar a água da máquina de lavar para limpar quintais e evitar o uso de mangueiras são passos fundamentais. Na energia, opte por lâmpadas de LED e retire aparelhos da tomada quando não estiverem em uso. A prevenção é a ferramenta mais eficaz para atravessar o período de estiagem com maior segurança hídrica e sem surpresas desagradáveis na conta de luz.