Rodrigo Pacheco deve ser vice de Lula se Alckmin for ao governo de SP
Ricardo Stuckert/PR
Voltou a circular em Brasília a hipótese de Geraldo Alckmin (hoje vice-presidente) disputar o governo de São Paulo em 2026. A leitura é simples: Alckmin tem recall, rede e viabilidade no maior colégio eleitoral do país; se ele trocar a vice por SP, Lula precisará de novo(ou nova) vice — e aí entra o tabuleiro mineiro, com Rodrigo Pacheco. É o que garante uma fonte da coluna, em primeirão mão, que vê a escolha como um “novo José Alencar” para Lula, ao mesmo tempo que daria a Pacheco protagonismo e, uma alternativa à indicação ao STF.
Por que Rodrigo Pacheco interessa ao Planalto
Para o Planalto, Minas é impasse estratégico. Lula gostaria de consolidar palanque no estado e, há meses, insiste em Rodrigo Pacheco (PSD-MG) como peça-chave — ora ventilando-o ao governo, ora como alternativa para outros postos de alto perfil. Em um cenário sem Alckmin na vice, Pacheco voltaria naturalmente ao centro da conversa como possível vice: dá equilíbrio regional, é moderado, agrega ao diálogo com o Congresso e, de quebra, amarraria o PSB ou MDB, já que uma saída do PSD deve acontecer.
E Minas? O efeito dominó
Se Pacheco subir para a vice, abre-se uma avenida para a centro-esquerda mineira se reorganizar com Alexandre Kalil como cabeça de chapa ao Governo de Minas. O ex-prefeito de BH acaba de se filiar ao PDT com aval da cúpula nacional e se recoloca no jogo majoritário. Para o campo de Lula, Kalil oferece o pacote: notoriedade metropolitana, discurso pragmático e ponte com bases populares. Ricardo Stuckert/PR Do outro lado, a situação não está parada. O entorno de Romeu Zema trabalha para empurrar Mateus Simões (vice de Zema) ao PSD e construir uma candidatura governista competitiva — um arranjo que, se prosperar, dificulta a vida de qualquer nome da oposição.
O cálculo político do Planalto
Balanço geográfico e institucional: um vice mineiro recompõe o mapa (SP com Alckmin; MG com Pacheco), além de levar à chapa um ex-presidente do Senado com trânsito no centro e no empresariado.
Palanque estadual: com Pacheco fora da corrida mineira, Kalil vira a aposta mais natural do campo governista em MG — e já está operacional para isso.
Os “ses” e os custos
Ambição e tempo de Pacheco: o senador alterna sinais e adia definições — flertou com governo, já foi citado para outras funções. Aceitar a vice tira-o do protagonismo estadual, mas o projeta nacionalmente.
Competitividade em Minas: Kalil é forte, mas enfrentará um governismo bem avaliado e com máquina. Mas pesquisas recentes indicam Zema com alta aprovação e um ambiente favorável ao seu herdeiro político.
Linha de chegada (provisória)
A hipótese Alckmin em SP → Pacheco vice → Kalil em MGfaz sentido estratégico para o Planalto, mas depende de sincronizar ambições estaduais e nacionais. Minas é a dobradiça de 2026.