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O Carnaval de Belo Horizonte em 2025 foi um sucesso de público: 6 milhões de foliões invadiram as ruas da capital mineira, consolidando a festa como uma das maiores do país. Porém, para a Globo Minas, emissora oficial do evento, a folia terminou com um gosto amargo: pela primeira vez em anos, perdeu a liderança de audiência para a Record Minas durante a cobertura. O resultado acende um alerta sobre a estratégia de transmissão e a necessidade de reinventar o formato para reconquistar os telespectadores em 2026.
Enquanto a Record apostou em programas como o Balanço Geral — que liderou a audiência no sábado (1º) —, a Globo Minas optou por um esquema focado em informações segmentadas e menos imagens ao vivo dos blocos. O formato, que priorizou reportagens sobre trânsito e segurança em detrimento do clima festivo, pareceu desconectar do desejo do público:
“Ver multidões caminhando sem contexto na TV não é atraente. Faltou humanizar a festa, mostrar os personagens por trás das fantasias”, disse um expert em TV de BH.
Na terça-feira (4), a Record Minas chegou a abrir 12% de vantagem sobre a Globo, segundo postagem da emissora no Instagram.
O baque na audiência é o primeiro desde as mudanças estruturais implementadas pela emissora em 2024, incluindo a saída do então diretor de jornalismo. Fontes internas relatam que a equipe ficou insatisfeita com a falta de liberdade criativa durante a cobertura, que priorizou um formato engessado em detrimento de reportagens investigativas ou humanizadas.
“O planejamento foi muito técnico, focando em dados e menos em emoção. Carnaval é sobre pessoas, não só números”, disse nosso especialista consultado, que pediu para não ser nomeado.
Enquanto o Carnaval do Rio e de São Paulo tem nos desfiles de sambódromo seu carro-chefe televisivo, em Belo Horizonte, os blocos de rua são a alma da festa. O desafio da Globo Minas é transformar a energia caótica das ruas em um produto atraente para a TV — algo que exige criatividade e inovação.