Reprodução - Twitter / Divulgação presidência
O presidente Lula acabou repercutindo muito mal na tarde desta quarta-feira, 12, quando anunciou que a deputada federal Gleisi Hoffmann como nova ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) da Presidência da República. Uma fala machista repercutiu muito mal na Globo e ele foi detonado.
Com a presença dos presidentes da Câmara e do Senado no evento, Lula disse que a indicação da então presidente do PT para o cargo visava melhorar a relação entre os poderes:
“Eu quero mudar, restabelecer a relação com vocês [Congresso]. Por isso eu coloquei essa mulher bonita para ser ministra das Relações Institucionais. É que eu não quero mais ter distância entre vocês”.
Ao dizer que precisava de uma mulher bonita para ser ministra, Lula foi acusado de machismo e sua fala foi criticada pela jornalista e comentarista de política Natuza Nery, que disse que se a declaração tivesse sido feita por Bolsonaro, haveria uma chuva de críticas:
“É inadmissível, e não é nem para um governo que se vende como progressista. É para qualquer governo, porque se na cadeira de presidente estivesse sentado Jair Bolsonaro, o mundo estava caindo”, reclamou.
Em seguida Natuza Nery questionou se, com este tom, as indicações de mulheres no governo federal não são feitas somente por “pega bem”: “Então, é inaceitável que o presidente da República dê esse tipo de declaração, o que levanta muitas dúvidas na cabeça das pessoas sobre a indicação, a nomeação de mulheres, porque parece que se faz só porque pega bem. Sendo que no Brasil a maior parte da população é feminina. (…) O que Lula disse hoje é grave”.
Por fim ela cobrou que o presidente fizesse um pedido de desculpas por causa da fala infeliz: “Eu sei que para os ouvidos de pessoas simpáticas ao presidente da República não deve ser bom ouvir isso, mas é grave. (…) De que adianta mudar a comunicação do governo, se o pensamento é antigo, machista, misógino? (…) Como mulher, eu gostaria muito de ouvir um pedido de desculpas”.