Quando se fala em Diamantina, a figura de Chica da Silva, a escrava que se tornou uma das mulheres mais ricas e poderosas do Brasil colonial, logo vem à mente. Sua história é fascinante, mas a riqueza cultural desta cidade-joia, cravada no Vale do Jequitinhonha, vai muito além. Diamantina foi o epicentro da extração de diamantes no século XVIII, uma atividade que financiou a Coroa Portuguesa e mudou o destino do país.
Caminhar pelo seu centro histórico, um Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO, é descobrir as marcas desse passado opulento e, por vezes, brutal.
- O Passadiço da Glória: Este cartão-postal icônico, uma passarela azul e branca que liga dois casarões, simboliza o poder e o isolamento da elite. Ele foi construído para que as alunas do antigo Colégio de Nossa Senhora da Glória pudessem transitar sem se misturar com a população.
- O Mercado Velho: Também conhecido como Mercado dos Tropeiros, esta construção de madeira em estilo oriental foi o centro da vida comercial da cidade. Ali, tudo era negociado, de alimentos a diamantes. Hoje, abriga uma feira de artesanato e gastronomia.
- A Casa de Juscelino Kubitschek: Antes de ser presidente do Brasil, JK passou sua infância e adolescência em Diamantina. Sua casa, um imóvel simples e charmoso, foi transformada em um museu que conta a história do menino que saiu do Vale da Pobreza para construir Brasília.
A maior herança de Diamantina, no entanto, é a musicalidade. A cidade é famosa pela Vesperata, um concerto ao ar livre onde os músicos se apresentam das sacadas dos casarões históricos, regidos por um maestro posicionado no meio da rua. O evento, que acontece de abril a outubro, atrai milhares de turistas e é uma experiência emocionante e única no mundo.
Explorar Diamantina é ir além dos diamantes e descobrir a riqueza de sua arquitetura, sua música e as histórias de um povo que soube transformar as adversidades da mineração em uma cultura vibrante e acolhedora.
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